Quando Oxalá passa…
Sabe-se quando Ele passa porque as garças em revoada saúdam o seu nome.
E o sol se esconde por detrás das nuvens brancas, que ficam ainda mais brancas para homenageá-lo.
Sabe-se quando Ele passa porque a espuma alegre das ondas do mar, batem paó para Ele na fina esteira de areia estendida por toda orla da praia.
Em Cachoeira, recôncavo da Bahia, dizem que quando Oxalá passa, ouve-se o pranto saudosista de Oxum e o inconfundível som dos seus braceletes embalando o murmúrio das águas no leito do rio Paraguaçu.
Quando Oxalá passa…
A brisa canta e a copa das árvores dançam em memória do criador.
O Ori curva-se
O riso afrouxa-se
O ódio aplaca-se
A alma reza
E os olhos ternos do povo de santo, cheios de lágrimas, transbordam em comoção, fé e amor.
Ifadeyin Fakolade
Fonte: Ílé Ásé Íyámí Ómí Tútú