Depoimentos
Mensagem da Ekede Fernanda de Oxalufan
Não é fácil escrever sobre uma pessoa, ainda mais quando essa pessoa é Mãe Marlene, porque palavras não irão explicar o suficiente o carinho e admiração que tenho, porém irei tentar…
Uma mulher encantadora que conquista com sua sinceridade, com seu sorriso e com seu olhar transmitindo sua honestidade, confiança e tranquilidade. Seu jeito e a sua sabedoria, cativa as pessoas e faz com que elas sempre queiram ficar ao seu redor, para poder aprender um pouco mais com seus ensinamentos.
Por esse motivo, me encho de orgulho e admiração e só tenho a agradecer a Orunmilá e todos os Orixás por ter a conhecido.
Também agradeço à senhora Mãe Marlene por me entender, apoiar, acreditar, ter muita paciência e toda confiança depositada em mim que só por isso meus olhos já enchem de lágrimas e meu coração transborda de carinho.
Sabe podia contar qualquer coisa que passei até hoje, mas tem um dia que sei que sempre ficará em minha memória, quando fui apontada por Oxalufan, não esperava, não compreendia o que acontecia naquele momento, mas hoje sei que fui escolhida para ficar ao seu lado apoiando, ajudando e também aprendendo com sua experiência e o seu exemplo.
A relação entre mãe e filhos de santo requer respeito e responsabilidade, como tudo na nossa religião, esta é uma das determinações dos orixás, que muitas pessoas que não presenciam ou não são da religião não conseguem entender e interpretam errado, assim acabam fazendo diversas criticas, criando muitos preconceitos e até ciúmes.
O preconceito infelizmente ainda existe, e precisamos mostrar o que é realidade e o que é invenção para quem não conhece ou até não teve a oportunidade de ouvir as histórias dos Orixás para compreender.
De acordo com quem respeita independente de seguir ou não a religião, o Candomblé pode não servir pra todo mundo, mas também não faz mal a ninguém.
Só compreendo essa forma de agir e pensar, por cada lição que estou herdando de uma grande zeladora, mãe e amiga que respeita e preserva a hierarquia e tem discernimento de passar na hora certa, no lugar certo e para as pessoas certas o que deve ser ensinado.
Obrigada!
Sua benção!
Ekede Fernanda de Oxalufan
Mensagem da Egbomy Simone de Yemanjá
Venho aqui falar sobre uma grande mulher. Sim, uma mulher guerreira, batalhadora que em momentos até se camufla de “homem”; com seus olhares, palavras e frases muito bem colocadas para que sua sabedoria e seus ensinamentos sejam entendidos com ordem e respeito. Humana como todos nós; mãe de família, educadora, amiga e grande Sacerdotisa.
Nossos projetos, caminhos e escolhas são muito bem guardados por essa mulher. Até em nossos erros ela tem a grandiosidade de nos mostrar com o tempo.
Ah… O tempo!… Que esses erros se transformam em acertos.
Nos da o tempo de escolher, viver, errar e reconhecermos que às vezes para acertamos, temos que errar para ser corrigido. Sendo assim uma escolha certa.
Então, assim vamos amadurecendo e nos transformando em pessoas melhores, com pensamentos e vontades grandes tal qual como ela nos ensina.
Calma, paciência, observar, entender, perdoar, transformar e principalmente ser humilde é seu lema.
Mata qualquer leão que apareça na frente de seus filhos, pois com eles ninguém se mete. Dedica sua luta e batalha pelo seu axé, na verdade pelos nossos caminhos que se tornam os seus.
Nossa!!!! Como tem paciência com todos nós. E dessa grande paciência vai aos porquinhos em passos de Igbins com muito louvor colocando tudo em seus devidos lugares.
Para que a pressa? Não é verdade!
Agradeço a Orunmilá e todos os Orixás pela escolha de minha zeladora Iya Marlene D’Oxalufan. Minha vida foi transformada com muito sucesso por ser abençoada de estar ao seu lado em nossa luta diária para o bem dos nossos irmãos.
Agradeço cada gota de meu suor em dedicação ao meu axé, aos meus Orixás e aos meus irmãos, e principalmente por ter a honra de ao lado de minha Mãe fazer crescer e dar continuidade na essa casa próspera e abençoada.
Aiiii aiiiiii!!! Nem penso em algo ou alguém se meter no caminho dela.
Simplesmente assino.
Simone de Yemanjá (o grande tsunami)
Não existe nada nesse mundo que eu possa fazer para dizer ou espessar o meu amor e o meu grande obrigado.
E sim… Me dedicar, dedicar e dedicar incansavelmente.
Sua bênção, Kolofé Motumba…
Que todos os seus dias sejam abençoados e guardados pelo grande panteão e energia dos Orixás.
Sua bênção.
Egbomy Simone de Yemanjá
Mensagem da Yao Roberta de Yewá
“Nos conhecemos dentro do axé, Ilê Axé Omin, originário da Casa Branca do Engenho Velho. Fomos irmãs durante alguns anos, filhas da mesma navalha, das mãos de Oxalá. Orixá sábio, construtor, dono dos.oris.
Foi ele que construiu a ponte entre nossas almas. Foi Ogum, que abriu, ao lado de Oxalá, a estrada que seguimos juntas agora. Foi Yewá e as senhoras que nos mostraram que eu estava predestinada a consagrar meu ori novamente, nas mãos dela.
“Irmã”, “mãe”, são palavras pequenas diante desse laço que nos une. Eu apenas encosto meu ori no chão, abaixo meu olhar diante dela, não por submissão, mas sim pelo profundo respeito que nutro pela mulher, pela irmã, pela Iyalorixá.
Meus respeitos Marlene Medrado, minha querida Iyá, amiga, irmã.
Te amo pra além desse e dos outros mundos.
Roberta Nistra”
Yao Roberta de Yewá
Mensagem da Yao Suelen de Oxum
Folha branca. Confesso, já de cara, que tenho certo receio de folhas brancas. Depois de toda experiência acadêmica, olhar para uma folha ainda em branco me causa certo pavor! De novo me vejo empacada diante de uma folha de papel, porque falar de Mãe Marlene em princípio, assim como em todos os meus projetos, me pareceu algo razoavelmente tranquilo. Agora penso, busco lembranças desses anos de convivência e a coisa muda de figura, porque tudo parece tão óbvio, tanto amor, dedicação, confiança, que correria o risco de cair no “mesmo”, nada original, “te considero!”.
Então resolvo falar como uma pessoa do axé: minha Mãe Oxum a escolheu! A primeira vez que minha mãe se manifestou foi em seus braços, nas águas do rio de sua casa. Mamãe Oxum nasceu por sua navalha. Mamãe Oxum deu os primeiros passos amparados por suas mãos. Falar, então, da zeladora Mãe Marlene requer pontuar respeito, firmeza, carinho, cuidado. Recorro ao dicionário para ratificar minhas palavras e encontro na palavra “zelo” a seguinte definição: “Empenho extraordinário na execução de deveres ou de obrigações religiosas.” Nada mais preciso! Porque é realmente sobre-humano seu esforço para a manutenção do Ilê, o cuidado com nossas vidas, nossas cabeças. É sobre-humano porque vem da força dos Orixás.
Mas a outra faceta de Mãe Marlene me permite aproximar seu esforço sobre-humano ao de uma leoa protegendo suas crias. É assim que a vejo: a mãe que educa, ampara, que deixa seus filhotes se aventurarem na descoberta do mundo para que aprendam a caminhar com firmeza, sozinhos e independentes, mas está sempre por perto, pronta para puxá-los novamente para si e afagá-los em seus braços. A mãe que também é rígida quando tem que ser, porque carrega em si a memória de seus ancestrais, das negras que pariam nas senzalas e tinham que enlaçar seus filhos em amor e prantos.
Agora, a folha branca está manchada das minhas percepções a respeito de Mãe Marlene, a Mãe que usa branco, roupas impecavelmente brancas. Percebo, então, que não devo temer o papel em branco, quando há tanto sentimento para ser exposto. A ela entreguei o meu ori. A ela entrego todo meu respeito e um amor que não cabe em mim, porque é tanto meu, quanto de minha mãe Oxum.
Yao Suelen de Oxum
Mensagem da Abian Aline de Oyá
Iya Marlene é luz.
É sol, é lua, é estrela, é raio, é coroa, é ouro.
Está lá quando você precisa.
É aconchego, força, verdade e coragem.
Justa e sincera.
Amo e quero estar sempre pronta pra sua bênção…
Abian Aline de Oyá
Mensagem da Abian Clara de Omolu
Em 2014 eu ganhei um grande presente: a mãe ter entrado na minha vida, e em 2015 só me deu certezas de que esse presente veio para ficar. Não só ficar, mas cuidar, aconselhar, dar colo e risadas junto comigo.
Veio para me apresentar com calma e muita tranquilidade a religião que eu escolhi para seguir, a religião que me trouxe confiança na vida, força para seguir em frente, coragem para brigar nesse mundo um tanto complicado que vivemos hoje em dia.
Ser filha da mãe Marlene é, além de um orgulho, uma sorte minha e de cada um dos meus irmãos.
Eu, como mais nova, não conheço ainda muitas coisas. Mas fecho meus olhos e me entrego sem receio ao meu Orixá, que faz seus pedidos e mostra suas vontades através da mãe.
O amor e a confiança que tenho por ela são enormes. Mãe, obrigada por me acolher quando necessário, por vibrar com as minhas vitórias, por estar sempre ao lado, mesmo quando distante fisicamente.
Muito amor.
A bênção, mãe!
Abian Clara de Omolu
Mensagem da Abian Heloísa de Yemanjá
Foto: Fernanda Amorim
Não posso dizer que foi o acaso, pois estava mais do que na cara que o destino nos uniu… Uma conexão forte e parecendo ser de muitos e muitos anos… Assim foi meu encontro com a mãe Marlene. Uma pessoa maravilhosa, atenciosa, dedicada e corajosa. Ganhei mais uma família quando conheci a mãe e meus irmãos e isso é motivo de grande felicidade na minha vida.
Muitos beijos no coração
Abian Heloísa Yemanjá
Mensagem da Abian Raíne de Oxum
Orum e Aiyê estão em festa, quando a Iya dança e faz sua cantoria encanta os seres que circulam por esses dois mundos, fazendo com que eles se tornem um só.
Seus sorrisos, olhares e palavras cheias de sabedoria, empatia e gratidão, revelam que veio a terra com a missão de orientar na semeadura dos bons frutos, das flores belas e também mostrar os caminhos tortuosos.
Gratidão por compartilhar seu amor.
Que mãe e filhos sempre estejam unidos.
Sua Benção, Iya Marlene!
Abian Raíne de Oxum
Mensagem da Abian Juliana de Ogum
Sempre fui cética, apesar de ter tentado muitas vezes me apegar a alguma coisa. Filha de cientistas, eu cresci racional, mas o samba, que sempre fez parte do que sou me fisgou. Arrepiou-me.
Alguma coisa naquela batucada era minha, mexia com alguma coisa que eu nem conhecia em mim. Cismei, um dia, de conhecer o Candomblé. Mas eu, quando vou, mergulho mesmo. E tinha medo. Medo de me perder, de me encontrar. E fui adiando.
Engravidei, minha filha lutou e nasceu. Porque eu lutei muito. Muito… Precisava que seu nascimento fosse respeitado e ali eu tirei forças de onde não tinha. Me senti agradecida, me senti vulnerável, mas me senti forte. Eu e ela nascemos juntas ali, porque me encontrei com outra Juliana. Num momento de dúvida, muitos meses depois surgiram um nome: Marlene.
Ela acompanhava uma amiga de muito perto. Ela ia a sambas. Fui encontra-la. Ressabiada, desconfiada, ela jogou e me disse o que eu precisava ouvir. Entrei em suspensão e entendi que tinha constantemente firmeza no meu caminhar porque sou filha de Ogum.
Porque ele me permitiu nascer, e foi no nascimento da minha filha que me encontrei com essa radicalidade. Fui escolhida para seguir um caminho. Minha filha abrilhantou essa caminhar porque me trouxe o significado de gratidão.
Marlene deixou de ser uma figura mítica. Ela estava ali, sem me conhecer, me amparando. Com graça, delicadeza e firmeza, Marlene zela. Cuida. Adiar esse encontro não foi escolha, foi o momento necessário. Foi o tempo para agradecer muito mais do que pedir.
A benção, Iya. Luz, amor. Axé.
Abian Juliana de Ogum
Mensagem de Egbomy Luiz Alberto de Oxaguian e Egbomy Adelande de Oxum
Eu, Luiz Alberto de Oxaguian e meu companheiro Adelande de Oxum, conhecemos a professora Marlene em uma das palestras do PADE – UFRJ.
Nós ficamos admirados com a sua elegância, a sabedoria e o conhecimento sobre a história do candomblé no Brasil, assim como sua simplicidade, um ser humano generoso, capaz de dividir e compartilhar conhecimento com pessoas leigas no assunto, bem como contribuir para o crescimento daqueles que já sabem um pouquinho da nossa religião e ainda ajudando o projeto PADE – UFRJ disseminar mais conhecimento através das Artes.
Parabéns professora Marlene Medrado pela sua habilidade e competência, parabéns Iya!
Marlene Medrado pela sua liderança e sacerdócio!
Kolofé Iya!
Egbomy Luiz Alberto de Oxaguian e Egbomy Adelande de Oxum
(Ilê Ase Oxalufan)
Mensagem da Yao Clara de Omolu
A iniciação religiosa me deu alguns presentes: lições de integridade, abertura para afetos que jamais imaginei e, sobretudo, pessoas. Sempre ouvi que era uma bênção ter pessoas de Oxalá por perto.
Marlene é, sem dúvidas, um dos melhores exemplares de seus filhos que tive o prazer de conhecer.
Leve e densa exigente e maternal, risonha e criteriosa. Detentora de segredos e afetos de tanta gente… Talvez nem seja mais tão necessário elencar as qualidades de uma pessoa tão íntegra.
Tenho a sorte e a honra de ser sua irmã, amiga de fé e companheira nesta vida; e, além disso, o orgulho de ter conduzido aos seus braços sua Hungbóna. Fui por ela muito ajudada e creio que também a ajudei, mesmo que apenas com minha solidariedade e presença nos dias nem tão ensolarados.
Nossa união é pra pouca palavra, pra muita vida e, certamente, pra sempre.
Te amo, minha irmã!
Yao Clara de Omolu
(Ilê Obá N´lá)
Boa noite.
Qual o endereço do barracão? !